É… eu sei que é estranho ouvir isso, assim como é estranho falar.
Sempre que nasce uma criança, o que os pais falam logo de cara é do amor que sentem, de como amam aquele bebê, etc etc… E isso é muito lindo.
Tão lindo, que coloca uma pressão gigantesca nos novos pais, de TEREM que amar (ou pelo menos dizer que amam) seus bebês recém-nascidos da maneira mais mágica e divina possível…
O que, na maioria das vezes, não é verdade!
É óbvio que durante a gravidez vocês acabam nutrindo um carinho por um ser que não podem ver, tocar ou ouvir… misturado com a angústia e expectativa pra sua chegada,
mas pra mim, dizer no momento do nascimento que eu AMAVA meu filho, não parecia verdadeiro… Eu estava conhecendo ele, eu não sabia nada sobre ele…
É a mesma coisa do “amor à primeira vista”.. nunca acreditei.
Conheci minha esposa, viramos amigos, começamos a ficar, começamos a namorar e aí sim… depois de tempo eu consegui ver que amo ela, e amo demais!
Tanto que naquela sala de parto, posso dizer sem hesitação nenhuma, que amava ela muito mais do que meu filho que estava nascendo.
“-Nossa, mas então tu não é um pai de verdade!”…. “Um pai olha pro seu filho e já o ama incondicionalmente”
Será?
O que eu quero dizer é:
Pais, não sintam-se mal por estar a 5 dias com seu bebê no colo, e não sentir um amor arrebatador de filme ou novela… Vocês estão se conhecendo…
Hoje o Arthur está com 7 meses, e não há NADA nesse mundo que eu ame mais! Mas isso é construído dia-a-dia,
com cada bocejo que ele dá e você se derrete,
com cada espirro mais engraçadinho que o anterior…
com cada sorriso, mesmo banguela, quando ele acorda e lhe vê…
com cada suspiro que ele dá, quando finalmente você o faz pegar no sono, depois de horas chorando…
Essas pequenas situações diárias e banais, fazem surgir e nutrem um amor jamais visto…
Só chamamos de amor, porque não criaram outra palavra.